Insuficiência Ovariana Prematura (“Menopausa Precoce”)

O que é?

A insuficiência ovariana prematura (IOP)*, popularmente chamada de “menopausa precoce”, é a perda da função dos ovários antes dos 40 anos de idade. Está geralmente associada alterações dos ciclos menstruais que podem variar da ausência total de menstruações (amenorreia) à fluxos menstruais muito espaçados e de pequena ou mínima intensidade (oligomenorreia). Além disto identifica-se também a queda da presença do hormônio feminino estrogênio.

Ocorre em cerca de 1% das mulheres; sendo que quanto mais jovem a mulher, mais rara: 0,1% abaixo dos 30 anos e 0,01% abaixo dos 20 anos. A história familiar de IOP está presente em cerca de 4% das pacientes.

Sua origem pode estar associada à anormalidade cromossômica, exposição tóxica, doença autoimune (lúpus, diabetes mellitus, doenças da tireoide), cirurgias (retiradas de ovários) tratamentos com quimio ou radioterapia ou ainda ser sem causa aparente.

*Obs.: até recentemente a IOP era conhecida como FALÊNCIA ovariana prematura (FOP). Atualmente considera-se o termo INSUFICIÊNCIA ovariana prematura (IOP) mais apropriado.

Diagnóstico

Mulheres com idade inferior à 40 anos que apresentem, há pelo menos quatro meses, quadro de ausência de menstruações (amenorreia) ou fluxos menstruais muito espaçados e de pequena ou mínima intensidade (oligomenorreia) associados à sinais ou queixas de deficiência de estrogênio (fogachos, ressecamento vaginal e outros) deverão ser investigadas com dosagem hormonais, dentre elas as gonodotrofinas.

Para investigação da causa da IOP outros testes poderão ser solicitados posteriormente.

É possível engravidar?

Sendo a insuficiência ovariana prematura (IOP) uma perda precoce da função ovariana, a chance de gestação espontânea está também bastante reduzida, porém, não se pode afirmar que a chance é nula. Sabemos que há casos de retorno temporário da função ovariana permitindo até uma gestação espontânea, mas estas não são frequentes.

Se há grande desejo de engravidar, deve-se procurar uma avaliação especializada para a correta orientação.

Quais as consequências para meu futuro?

A mulher com um quadro estabelecido de insuficiência ovariana prematuro está exposta, mais cedo que o habitual, às consequências da deficiência de estrogênio no corpo típicas da menopausa, dentre elas: fogachos (calorões), secura vaginal, queixas sexuais (redução da libido), perda mineral óssea (risco de osteoporose); além do risco aumentado de doenças cardiovasculares e outras.

Entretanto, é importante lembrar que quando diagnosticada em tempo oportuno, o tratamento adequado é suficiente para que muitas dessas alterações sejam evitadas, adiadas ou minimizadas.

Acompanhamento e Tratamento

Após o diagnóstico, deverá ser feito um acompanhamento atento e frequente à fim de minimizar e evitar as consequências possíveis da deficiência precoce de estrógenos produzidos pelos ovários.

O tratamento geralmente é feito através da terapia de reposição hormonal com estrógenos e progestágenos.

Além disso, objetivando manter a saúde geral, reduzindo risco de doenças cardiovasculares e a manutenção da qualidade mineral óssea recomenda-se hábitos de vida saudáveis associados à exercícios físicos, interrupção do tabagismo e controle de peso corporal.

Referências:

ESHRE Guideline: management of women with premature ovarian insufficiency, Human Reproduction, 2016.

Berek & Novak Tratado de Ginecologia, 15ª edição, Editora Guanabara Koogan, 2014.

FEBRASGO – Manual de Orientação em Climatério, Federação Brasileira das Associações de Ginecologia, 2010.

 

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Menopausa - Dúvidas iniciais

O que é?

A menopausa é a interrupção permanente da menstruação e ocorre por volta dos 51 anos de idade, podendo vir um pouco mais cedo ou um pouco mais tarde para diferentes mulheres. É considerada precoce (veja “Menopausa Precoce”) quando acontece antes dos 40 anos e tardia após os 55 anos. A partir da menopausa a mulher já não tem mais a capacidade de engravidar naturalmente uma vez que a sua reserva ovariana (capacidade de produzir óvulos) está virtualmente esgotada.

É um acontecimento natural e fisiológico, portanto, não deve ser encarada como uma "doença" ou um "problema de saúde” a ser resolvido. É na verdade uma nova fase da vida!

Importante lembrar que com o aumento da expectativa de vida das últimas décadas, fruto também do avanço dos cuidados preventivos de saúde, a população em geral tem vivido cada vez mais, principalmente as mulheres, e estas irão ainda desfrutar de muitos anos de vida pós-menopausa. Sendo assim, o acompanhamento de saúde rotineiro (prevenção de doenças crônicas e cânceres) e o tratamento de possíveis queixas comuns deste período torna-se fundamental para uma boa qualidade de vida nos primeiros anos pós-menopausa e durante a terceira idade.

Veja o vídeo abaixo:

Os três estágios da menopausa

Perimenopausa é o intervalo de tempo (geralmente vários anos) antes da menopausa natural, quando têm início as alterações corporais.

Menopausa natural é a menopausa que ocorre naturalmente - geralmente por volta dos 51 anos - e não é provocada por nenhum tratamento médico ou cirúrgico. Geralmente, é confirmada após 12 meses sem menstruação.

Pós-menopausa é o período após a menopausa.

Como saber se “estou na menopausa”?

O diagnóstico é basicamente clínico: após 12 meses com ausência total de menstruação podemos dizer que a mulher teve a menopausa. Sendo assim, é um diagnóstico retrospectivo (“de trás para frente”) e que não necessita, em condições habituais, de exames laboratoriais como dosagens hormonais no sangue.

Já desde a fase da perimenopausa, muitas vezes a partir dos 40 anos, diversas mulheres notam alterações no padrão do fluxo menstrual, que deixa de ser regular, e algumas se queixam até mesmo do início de fogachos.

Nesta avaliação, é sempre importante também descartar outras causas possíveis de interrupção prolongada dos ciclos menstruais, especialmente quando ela é precoce.

Mas se é normal nada pode ser feito com esses desconfortos que estou sentindo?

Algumas mulheres, na fase da perimenopausa, poderão sim apresentar queixas relacionadas à redução dos níveis de hormônios femininos produzidos pelos ovários, principalmente o estrogênio, mas cada caso deve ser analisado individualmente.

Os chamados sintomas vasomotores, também chamados de fogachos, calorões ou ainda ondas de calor, são os mais comuns e podem atingir até 75% das mulheres na perimenopausa. Além disso também podem surgir queixas como dificuldade para dormir, secura vaginal, problemas sexuais.

A análise individual, caso a caso, é que irá determinar qual – ou se algum – tratamento é necessário e qual o mais adequado: desde o uso de fitoterápicos (derivados de drogas vegetais) ou cremes vaginais à base de hormônio para uso local até terapia hormonal por via oral (comprimido), transdérmica (através da pele: gel, adesivo) ou implantes.

A escolha tratamento irá depender sempre da presença, tipo e intensidade da queixa. E a duração deste também não pode ser fixa: periodicamente a relação entre benefícios (melhora das queixas) e possíveis efeitos colaterais (à curto e longo prazo) devem ser avaliadas.

Veja os vídeos abaixo sobre os PRINCIPAIS SINTOMAS e a TERAPIA HORMONAL da Menopausa:

 

Referências:

Guia da Menopausa, 7ª edição, Sociedade Norte-americana de Menopausa (NAMS), 2012. Traduzido pela Associação Brasileira do Climatério (SOBRAC), 2013.

Berek & Novak Tratado de Ginecologia, 15ª edição, Editora Guanabara Koogan, 2014.

FEBRASGO – Manual de Orientação em Climatério, Federação Brasileira das Associações de Ginecologia, 2010.

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